terça-feira, 9 de agosto de 2011

Trecho do livro O Desaparecimento de Katharina Linden, de Helen Grant

Enquanto não termina a votação do melhor livro da série Clássicos da Coleção Negra, fiquem com um trecho do livro O Desaparecimento de Katharina Linden, de Helen Grant!



“Como a lua tinha despontado, eu conseguia ver o suficiente para saber aonde ia; só queria ligar a lanterna se necessário, pois eu poderia ser avistado. Mas não vi ninguém. Estava o maior silêncio.

“Quando cheguei naquele trecho em que a gente sai da trilha e passa pela mata, liguei a lanterna. Queria subir até a torre, porque era a área mais alta, mas fiquei com medo de cair.’ (...)

— Foi horrível passar pela mata; as sarças grudavam em mim como pequenas garras, e tinha um monte de coisa no solo que eu não via, uns troços esponjosos e uns gravetos duros e secos. Foi como caminhar por um tapete de ossos. Eu podia sentir todos rompendo debaixo dos meus pés. Comecei a achar que talvez fossem os ossos do cavalheiro, dele e dos cães, que moravam ali e que, à meia-noite, se juntavam na escuridão e adquiririam a forma que tiveram quando vivos.

‘Eu ficava olhando ao redor, com medo de ver o cavalheiro surgir de repente da vegetação rasteira, com a luz do luar refletindo na armadura, com medo de ouvir os estalidos dos restos se unindo e de não ver nada debaixo do capacete, além de uma caveira.’ (...)

‘Daí, de repente, escutei um ruído, uns estalos, e pensei que meu coração ia saltar pela boca. Uma imagem clara se formou na minha cabeça, tão nítida quanto se eu realmente a tivesse visto, de ossos de mão espalhados pelo solo, entre as ervas daninhas, juntando-se sozinhos, como se alguém manipulasse as cordas de uma marionete.’ (...)

— Mas eu não arredei o pé. Apesar de ter vontade de descer correndo, não ousei fazer isso. Simplesmente fiquei ali parado, o braço contornando com força o tronco da árvore, e esperei. (...)

— Não demorou muito e vi. Acho que eram quatro, indo até as ruínas do velho castelo da mesma forma que eu. Não deu para enxergar muito bem, eu só via aquelas figuras sombrias se movendo pela mata. Não sei direito se todas estavam de pé, como seres humanos. Uma delas parecia se arrastar no meio da vegetação rasteira, como um animal.

‘Elas se aproximaram muito. Achei que chegariam bem perto da torre, onde eu estava. Talvez a que rastejava estivesse me farejando. Talvez pudesse sentir o meu cheiro, como um cão de caça. Só que não era um cachorro que estava se arrastando ali, mas um troço muito maior. Não quis nem pensar no que aconteceria comigo se aquela criatura me encontrasse.”


Acesse o site da autora: http://www.helengrantbooks.com

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