quarta-feira, 25 de maio de 2011

Trecho do livro Retrato Mortal, de J. d. Robb

Ficaram curiosos para conhecer um pouco mais de Retrato Mortal, de J. D. Robb? Leiam aqui um trecho do livro:

“— A posição do corpo foi exatamente essa. Matamos a charada: ele tira fotos de gente morta. Era um costume comum, dois séculos atrás, que voltou à moda nas primeiras décadas do século XXI.

— Que tipo de costume era esse?

— Colocar os mortos em determinada pose, com uma aura de paz e quietude, e depois tirar fotos deles. As pessoas mantinham essas recordações em álbuns específicos para isso.

— Eu sempre me espanto com o quanto as pessoas podem ser doentes da cabeça.

— Não era uma tara. A finalidade era trazer consolo e boas recordações para as pessoas que ficavam. (...)

— Ela não lutou, ou não teve como fazer isso. Ela o conhecia e confiava nele, ou estava incapacitada para reagir. Então ele a transportou para o lugar onde a fotografou. — Eve guardou a foto novamente na bolsa. — Ela já estava morta, ou ele a matou no local.

Aposto nessa segunda hipótese. Colocou um curativo para ela não sangrar e sujar a blusa na hora do retrato, montou uma pose bonita e tirou as fotos. Depois, tornou a carregá-la e a jogou em um reciclador de lixo em frente à loja onde ela trabalhava.

Eve começou a caminhar de um lado para outro.

— Talvez o assassino seja alguém da vizinhança. Alguém que a via todos os dias e criou uma obsessão por ela. Não de cunho sexual, mas certamente uma obsessão. Ele tira fotos dela, segue-a por toda parte. Costuma fazer compras na loja, mas ela não vê nada de estranho nisso. Ela é simpática e provavelmente o conhece pelo nome. Ou então é algum colega de faculdade. Tem um rosto familiar para ela, um rosto confiável. Talvez ele lhe ofereça uma carona para casa

ou para a faculdade. De um jeito ou de outro, ele a pega.

‘Ela conhecia o rosto dele’, murmurou Eve, quase para si mesma. ‘E ele também conhecia muito bem o rosto dela.’”




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