sexta-feira, 22 de julho de 2011

Noir Americano: os primeiros títulos da Coleção Negra

Na lista das primeiras publicações da Coleção Negra estão Los Angeles – Cidade Proibida, do convidado da Flip 2011 James Ellroy e Noir Americano, com contos escolhidos por Peter Haining.

Leiam um pouco mais sobre a seleção de contos Noir Americano.


Os criminosos mais perversos, os detetives mais durões e as mulheres mais sensuais e perigosas estão reunidos na antologia de contos NOIR AMERICANO, um dos lançamentos da Editora Record que inauguram a Coleção Negra, dedicada aos mestres da ficção policial — o outro título é Los Angeles — Cidade proibida, de James Ellroy. De Raymond Chandler, Dashiell Hammett e James M. Cain, que representam as raízes da literatura noir, ao revolucionário diretor e roteirista Quentin Tarantino, passando pelo mestre do horror Stephen King, todos mergulham no mundo do crime para criar tramas cheias de ação com muitos tiros, sopapos, mentiras, sedução, corrupção e frases de efeito. São 20 contos que compõem um panorama da produção americana em um dos gêneros literários mais populares deste século. A organização é de Peter Haining.

A literatura noir nasceu nos Estados Unidos pouco depois da Primeira Grande Guerra, quando as revistas pulp — publicações baratas e sensacionalistas impressas em papel amarelado — revelaram ao público uma geração de autores que até hoje influenciam diversas formas de arte em todo o mundo. Em suas páginas, alguns dos maiores escritores policiais de todos os tempos publicaram suas primeiras histórias violentas, mas cheias de humor, que escondiam, sob tramas aparentemente despretensiosas, críticas contundentes à sociedade americana.

Nessas revistas, criadores como Raymond Chandler e Dashiell Hammett definiram os principais elementos da literatura noir em tramas repletas de crimes, ação alucinante, tipos durões de raciocínio rápido, autoridades corruptas e mulheres belas e traiçoeiras. Os personagens são ricos: trágicos, às vezes divertidos, deprimidos ou conformados. Figuras que, sabe-se lá como, conseguem sobreviver à violência urbana e ao destino sombrio nas grandes metrópoles dos EUA.

As histórias — escritas em uma linguagem simples e direta, tirada das ruas, das mesas de bar, prisões e delegacias — conseguiram ao mesmo tempo sucesso popular e de crítica (este, é bem verdade, demorou muito mais), estimulando outros escritores igualmente talentosos. Cornell Woolrich, Ross MacDonald, James M. Cain e James Ellroy mantiveram viva a tradição que rendeu clássicos do cinema como Relíquia macabra, Pacto de sangue e O destino bate à sua porta, consagrando os atores Humphrey Bogart e John Garfield.

A década de 90 assiste a uma nova explosão do gênero, estimulada pelo sucesso de um novo e brilhante criador: Quentin Tarantino, com sua obra-prima Tempo de violência. O título original deste filme, Pulp Fiction, é uma homenagem às velhas revistas pulp, nas quais Tarantino — presente neste volume com o conto O relógio — foi buscar inspiração para sua obra cinematográfica e literária. Uma das 20 preciosidades desta antologia histórica.

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